sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

DIA DE FAXINA



Sexta feita dia de faxina!
Dia de ouvir música bem alta, imaginar que estou no meio da avenida, botar meu short, mamãe não me proveu de semancol, e limpar a casa.
Adoro faxinar. Aquele momento é único e tão meu. Eu e minha sujeira acumulada com tanto carinho por toda uma semana nos entendemos muito bem. É como se todos os meus problemas fossem embora com toda a faxina. Imagino que estou jogando todos eles pelo ralo. As vezes jogo algumas pessoas pelo ralo também. Minha terapeuta disse que é bom. Um dia o ralo entupiu. Tinha muita gente lá.
Preciso arrumar meu armário! Está uma bagunça. Tenho uma amiga que arruma seu armário por cores. Tudo bem harmonizado e organizado. Ela e o marido juntos formam um casal monocromático. Sabe aquele casal que quando saem vestem roupas de mesmo cor?? Eu acho isso o máximo! Gente fina e equilibrada é outro nível.
 Tentei fazer isto com meu marido. O mais harmonizado que conseguimos chegar foi ele de verde e eu de vermelho... Ao menos são cores complementares.
O mais legal da faxina é usar a vassoura como microfone! Como eu sempre quis ser famosa e nunca consegui por mero acaso do destino e por sorte da academia brasileira de letras, então imagino que estou ali em cima do trio elétrico e que lá embaixo estão todos meus súditos e aqueles que conheço... eles me veneram! Como sou linda daqui de cima!
Da plateia tenho somente eles dois. Meu cão legal Jonny e aquela bola hiperativa que vive aqui de favor: Ana
Eles estão me olhando fixamente.
- O que vocês querem caninos nebulosos?
A companhia toca. A cachorra corre desembestada em um salto triplo como se o mundo fosse acabar naquele momento se ela não chegar na porta primeiro que eu.
- Ai que meda de você Ana! Cão enorme que você é. Se lá fora fosse um ladrão saia correndo de medo! Jonny, você é uma vergonha para a sua espécie. Você quem deveria assumir este posto de cão de guarda. E não adianta você fazer plantão na frente da geladeira pois daí não sairá nada hoje. Ela está vazia feito igreja em dia de semana. Se você falar lá dentro vai ouvir até o eco de sua voz.
A que ponto eu cheguei. Estou falando com um cão. Acho que ele pensa que é um gato. Outro dia tive a impressão que ele tentou miar. Já ouvi falar sobre isso. Distúrbios de personalidade. Preciso ver isso depois.
Preciso abrir a porta. Saia da frente Ana, sua jaguatirica saliente, preciso ver quem toca.
Era o carteiro.
Da última vez que ele veio aqui, Ana não foi muito educada com ele. Ela mijou em seus pés e logo depois mostrou ao mundo do que é capaz um ser tão pequeno há 3 dias sem fazer suas necessidades fisiológicas. Aquilo não foi uma atitude legal. Sei que você sofre de intestino ansioso, mas ainda assim não foi legal.
- No, No Ana!!! Bad Dog!!! Bad Dog!
Acho melhor pegar esta correspondência depois.

3 comentários: